Há alguns anos fiz um curso de estrutura narrativa. A ideia era organizar as ideias e montar um esqueleto de um romance de acordo com as técnicas que a gente ia vendo aula a aula. Produzi o material e fiquei bem feliz com o resultado, mas, no fim das contas, depois do curso, escrevi apenas o primeiro capítulo daquela história e engavetei o projeto.
Apesar de empenhado nas obras de literatura infantil (tenho algumas histórias na mão de editores para avaliação e uma específica em etapa de ilustração), não desisti totalmente de escrever outras coisas e aí lembrei da tal estrutura que eu já tinha feito. Será que renderia alguma coisa agora?
Uso meus treinos de corrida diários para duas coisas: ou eu ouço um podcast, ou eu vou elaborando histórias na minha cabeça, para quando chegar em casa, anotar tudo no papel, e foi o que aconteceu logo na virada de 2019 para 2020. Achei o fio da meada, criei o monstro na minha mente e estava ansioso para colocar aquilo tudo no papel. O “problema”, por assim dizer, foi que as anotações foram virando trechos completos, blocos de diálogo, situações bem peculiares e, como se não bastasse, o que era uma estrutura pronta para um drama psicológico foi se transformando numa história de terror. E eu deixei. Mais do que isso. Eu gostei.
Remontei a estrutura, agora trazendo o novo protagonista para o centro da narrativa (imagem acima foi o princípio) e estava pronto para produzir, quando veio outra virada. A história lutava para não ser uma novela ou noveleta, algo em torno de 20 mil palavras. Só que alguns personagens foram surgindo e criando suas próprias tramas, o que me levou a repensar tudo mais uma vez. No fim das contas, defini o projeto como um livro de contos, e assim ele permanece.
São 4 contos, além de um prólogo e um epílogo, todos que contam histórias de um mesmo lugar. Dois deles estão mais prontos, já reescritos duas vezes. Os outros dois escrevi apenas a primeira versão e estou deixando decantar um pouco as ideias para uma nova tentativa. O que tentei fazer para dar unidade, além de escolher o mesmo lugar como cenário para as histórias, foi amarrar cada um dos contos com comentários de um grupo de personagens, como se cada um deles estivesse contando uma das histórias em volta de uma fogueira. Acho que funcionou bem.
Não darei mais detalhes agora. Próximo post vou falar um pouco sobre como eu crio, de fato, a história 😉
Ah! Estou fazendo diários de escrita no Instagram. No meu perfil (@bitoteles) tem um destaque lá para isso. Só acessar lá para ver.